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Apresentação da instalação de Piloto ETCS em Elvas

Realizou-se ontem uma reunião de trabalho para apresentação da nova tecnologia de Gestão de Circulação Ferroviária ETCS L2, através da demonstração da Instalação de Piloto na Estação Ferroviária de Elvas, no âmbito da construção do novo troço entre Évora e a Linha do Leste, inserido no Corredor Internacional Sul.

A iniciativa contou com presença do Secretário da Estado das Infraestruturas (SEI), Jorge Delgado, do Vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), Carlos Fernandes e do Presidente do Conselho de Administração da Thales Portugal, João Araújo.

A instalação deste Piloto permitirá a consolidação e verificação de conformidade do novo sistema às variáveis e parâmetros da Rede Ferroviária Nacional, de modo assegurar a existência de todas as condições para a disseminação desta tecnologia na Rede Ferroviária Nacional.

Durante sessão, Jorge Delgado, Secretário de Estado das Infraestruturas, salientou que estamos numa “fase histórica marcada por tecnologias com maior capacidade, maior segurança”, realçando a importância do gestor da Infraestrutura e dos Operadores estarem “atentos aos novos sistemas e a acompanhar algo muito importante”. Para o responsável governativo, “Portugal não pode perder a carruagem do financiamento europeu”, deixando uma certeza: “os próximos anos vão ficar na história”, concluiu.

Carlos Fernandes, vice-presidente da IP, destaca a importância de a sessão decorrer “no primeiro local que vai receber o Sistema Europeu de Gestão de tráfego ERTM – ETCS”, dano nota de que este é “um momento simbólico para a IP e para os seus parceiros”.

João Araújo, CEO da Thales Portugal referiu que para a missão pioneira da introdução do ETCS L2 em Portugal,

“o Grupo Thales reitera a sua confiança na Thales Portugal e reforça as suas competências locais através de um programa de transferência do know-how sobre esta nova tecnologia, de modo a assegurar a continuidade dum suporte local de alto nível tecnológico a todas as necessidades da IP”.

O Grupo Thales, através da Thales Portugal em consórcio com a SISINT assume a responsabilidade que lhe foi conferida pela IP para assegurar a introdução de novas tecnologias e assim elevar o nível tecnológico da Rede Ferroviária Nacional aos mais elevados padrões internacionais.

O que é o ERTMS?

O Sistema Europeu de Gestão de tráfego (ERTMS - O European Rail Traffic Management System) é um sistema que compreende três componentes fundamentais: a sinalização, as telecomunicações e a gestão de tráfego. Este sistema inclui ainda a harmonização de regras operacionais de forma a obter um nível comum de segurança.    

A implementação do sistema ERTMS constitui-se como um vetor estratégico da interoperabilidade europeia, na melhoria da segurança e da performance operacional, e na garantia de rentabilidade das linhas existentes e viabilidade técnica dos projetos em desenvolvimento.

O sistema ERTMS é constituído pelos subsistemas seguintes:

•    O Sistema Europeu de Controlo Ferroviário (ETCS) é um sofisticado sistema de Comando e Controlo de Sinalização, envolvendo equipamento computorizado complexo a nível do material circulante e infraestruturas que permite a proteção da marcha de comboios através da aquisição e processamento a bordo de informações digitais recolhidas/transmitidas da infraestrutura.

•    O Sistema Global de Comunicações Móveis para ambiente Ferroviário (GSM-R) possui infraestruturas de telecomunicações fixas e móveis. Fornece uma aplicação normalizada para comunicações rádio de voz e de dados. Os níveis 2 e 3 do ERTMS requerem o sistema GSM-R como meio de transmissão de dados entre a infraestrutura e o comboio.

•    A implementação do sistema ERTMS pressupõe igualmente mudanças nos requisitos de segurança, princípios de sinalização e regras operacionais que incluem a harmonização das regras europeias para a operacionalização do ERTMS e ainda novas especificações que permitam a Gestão de Tráfego Ferroviário a nível europeu.

Enquadramento do Piloto no Corredor Internacional Sul

O novo canal ferroviário em construção entre Évora e a Linha do Leste, na ligação com a fronteira, foi criado numa lógica de desenvolvimento evolutivo das ligações ferroviárias a Espanha, no quadro da Rede Transeuropeias de Transportes (RTE-T) e da ligação ferroviária de mercadorias entre os portos portugueses e o resto da Europa, assegurando desde logo uma ligação de passageiros.  

Serão igualmente criadas as condições para a compatibilidade técnica e operacional na ligação aos troços adjacentes, e o cumprimento das disposições técnicas de interoperabilidade.

O Corredor Internacional Sul faz parte da ligação de alta velocidade de Lisboa a Madrid, possibilitando, com as obras que estão a ser realizadas do lado espanhol, unir as duas capitais do ponto de vista ferroviário, aumentando assim a competitividade deste transporte.